Qual a melhor forma de gerenciar os hospitais públicos de ensino brasileiros quando se busca a máxima eficiência? Contratos de gestão, organizações sociais, EBSERH, PPP… A realidade da administração hospitalar nos confronta com uma variedade de conceitos e estruturas que dificultam nosso entendimento de como o poder público administra essas organizações.

Partindo de uma classificação dos hospitais de ensino em seis tipologias que tornam inteligível essa realidade complexa, este livro começa a responder a esse questionamento recontando como o sistema de saúde brasileiro foi reorganizado em torno do princípio da eficiência.

Eficiência como princípio não significa, necessariamente, alto desempenho no mundo real. Para investigar esse fenômeno, apenas discussões abstratas não são suficientes. O autor foi a campo, e realizou um estudo que comparou a evolução do padrão de desempenho assistencial, de ensino e pesquisa de hospitais participantes do Sistema de Avaliação dos Hospitais de Ensino (SAHE) de São Paulo, durante cinco anos, contando com 26 indicadores de produção, produtividade e qualidade.

A realidade empírica foi reveladora. Mesmo imersos em um contexto de incentivos à eficiência, os hospitais de ensino reagiram de forma diferente, nem sempre com melhoria em sua performance. Numerosas são as variáveis gerenciais que podem condicionar essas diferenças no padrão de evolução do desempenho; mas há três delas que devem chamar nossa atenção primeiro. Serão elas que serão discutidas a fundo nessa obra, leitura obrigatória para profissionais de saúde que se interessam pela administração hospitalar e para gestores que se preocupam com o setor de saúde.

Brazil and India share structural similarities. Both countries have vast territories, multiethnic populations, and are politically organized along the lines of mass democracies-albeit in the process of solving serious social inequalities. In addition to the abundance of natural resources, the two emerging giants have a high degree of industrialization owed to import substitution policies carried out during the second half of the last century. This inward-looking orientation has created complex yet incomplete industrial bases, marked by the coexistence of production sectors with a high-level of technological development, with others whose incorporation of technology is still incipient. This article draws attention to a sector in which India and Brazil, if considered individually, have the potential to reach high levels of technological development and productivity; and, if considered in partnership, meet all the necessary conditions for auspicious bilateral cooperation: the biotechnology sector. The biotechnology sector could serve as a substrate for the implementation of broader adjustments in the methods of conducting the general STI cooperation between India and Brazil. The proposed adjustments follow guidelines that bind them to an organic whole, here called Brotherhood Science Diplomacy. The cornerstone of the concept of Brotherhood Science Diplomacy is that cooperation in biotechnology, in particular, and in Science, Technology and Innovation, in general, could go beyond the formal legal linkage between governments, to achieve direct and continuous contact between managers, professionals, and researchers in the production microenvironment of high technology.

Brasil e Índia compartilham semelhanças estruturais. Ambos os países têm vastos territórios, populações multiétnicas e são politicamente organizados nos moldes de democracias de massa – embora estejam em processo de resolver sérias desigualdades sociais. Além da abundância de recursos naturais, os dois gigantes emergentes apresentam um alto grau de industrialização, resultado das políticas de substituição de importações implementadas na segunda metade do século passado. Essa orientação introspectiva criou bases industriais complexas, mas incompletas, marcadas pela coexistência de setores produtivos com alto nível de desenvolvimento tecnológico, com outros cuja incorporação de tecnologia ainda é incipiente. Este texto chama a atenção para um setor em que Índia e Brasil, se considerados individualmente, têm potencial para atingir elevados níveis de desenvolvimento tecnológico e produtividade; e, se considerado em parceria, reune todas as condições necessárias para uma cooperação bilateral auspiciosa: o setor de biotecnologia. O setor de biotecnologia pode servir de substrato para a implementação de ajustes mais amplos nos métodos de condução da cooperação geral em Ciêntia, Tecnologia e Inovação (CTI) entre a Índia e o Brasil. Os ajustes propostos seguem diretrizes que os ligam a um todo orgânico, aqui denominado Brotherhood Science Diplomacy. A pedra angular do conceito de Brotherhood Science Diplomacy é que a cooperação em biotecnologia, em particular, e em Ciência, Tecnologia e Inovação, em geral, poderia ir além do vínculo jurídico formal entre governos, para alcançar o contato direto e contínuo entre gestores, profissionais e pesquisadores do microambiente produtivo de alta tecnologia.

Este texto é uma versão em português do original “A brotherhood Science Diplomacy: India-Brazil cooperation in biotechnology”.